Quando Deus criou a humanidade, e disse para o homem crescer e multiplicar, o Senhor estabeleceu para isso um protocolo, visto que o crescimento não poderia se dar de qualquer maneira.
Tal protocolo, predominante em qualquer sociedade saudável, é o casamento, sendo a maneira e a forma que cada um de nós utiliza para crescer e multiplicar, manifestando a essência do Pai, e isso passou a ser uma de nossas maiores responsabilidades, pois Deus é o criador, mas nós, os co-criadores.
Quando esse protocolo começa a ser atacado e destruído, inicia-se um processo cancerígeno na sociedade, com pessoas sem referenciais de pais, mães, e casamentos. Uma família sem um casamento é um dos maiores riscos e perigos para a sociedade, e muitos defendem essa ideia. Quando se tira o casamento da família, retira-se a fidelidade, o compromisso, a aliança.
Para o Pr. Marcos Borges (Coty), o casamento talvez seja a principal plataforma existente para o desenvolvimento do caráter, quebrantamento, lealdade e maturidade.
Nessa linha, ele destacou quatro Leis na maneira implícita de como Deus estabeleceu o casamento.
Emancipação
A primeira lei é a lei da emancipação: “deixará pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher”. Apesar de parecer uma separação dos pais, o que há, na verdade, é uma emancipação. Essa lei da emancipação significa que, após o casamento, o casal não podem mais depender dos pais, e isso gera no relacionamento conjugal um grande desenvolvimento na maturidade e no crescimento deles. Assim, todo processo de emancipação gera maturidade, mas sem a emancipação, as dependências começam a aparecer.
No evangelho de Matheus, vemos três grandes direcionamentos de processo de maturidade que Jesus estabeleceu no discipulado: o primeiro grande comissionamento que Cristo faz (Mt 11:28) é o “vinde a mim”, que é quando estamos dispostos a dividir com Jesus a nossa sobrecarga, aquilo que tira o nosso sono e que nos impede de descansar, de modo que essa sobrecarga precisa ser entregue a Ele.
Lidar com as sobrecargas emocionais e com a ansiedade é fundamental na vida de uma pessoa madura. “Uma pessoa começou a crescer quando ela entrega ao Pai todas as suas sobrecargas, e Jesus ensina que isso exige maturidade, pois existe um lugar de descanso” destacou Coty.
O segundo grande comissionamento é o “vinde após mim”, “negue-se a si mesmo e tome sua cruz”. É saber colocar limites, saber ouvir um “não”, e se colocar no alinhamento estabelecido pelos céus, e isso é fundamental, e também um grande sinal de maturidade, pois Deus sabe de tudo aquilo que é bom para nós.
O terceiro comissionamento é o “ide”, que traz consigo uma responsabilidade, uma emancipação, uma missão para com um casamento, para a constituição de uma família.
A Lei do esforço: “unir-se-á”
A segunda Lei é o “unir-se-á”, e isso tem o seu preço, custa caro, porque exige de nós humildade, sendo, nesse processo, necessário discernir a identidade vocacional daqueles que estão ao nosso redor. Quando as pessoas se casam, não significam que elas se uniram apenas, mas que estão sob um desafio, para a superação de traumas, indefinições, para que se conquiste, de fato, uma unidade genuína com o cônjuge. “Casamento não é para frouxo”.
Coty chama essa lei de a lei do esforço: um machado possui madeira e ferro, possuindo materiais diferentes e, de igual modo, ele faz uma associação com a mulher e o homem, que embora possuam características diferentes, são essenciais um para o outro, para que possam trabalhar em conjunto rumo ao mesmo objetivo. Mas, nos processos de crises no casamento, de desconexões, quando ocorrem situações em que o ferro do machado “afunda”, é onde as palavras proféticas entram em cena, e assumem seu papel, a fim de que o machado passe a flutuar, mesmo diante de cenários improváveis, e isso exige esforço de ambos, marido e mulher.
Lei do pertencer
A terceira Lei é sobre “e serão uma só carne”, é a lei do pertencer, pois quando ocorre o casamento, essa comunicação plena entre os cônjuges entra em ação, e há um compartilhamento mútuo de todas as coisas, onde nada mais pertence a apenas um, mas tudo de um pertence ao outro. “Quando as pessoas se casam, até o corpo de um pertence ao outro, é a lei do pertencer”, e isso reflete a imagem completa de Deus, que está na família, no casamento.
Quando as pessoas começam a menosprezar a importância dessa lei, passando a estabelecer reservas, restringindo coisas um do outro e tomando posse delas, como impedir o cônjuge de de ter acesso a determinados objetos, como celulares, por exemplo, inicia-se um cenário perfeito para o surgimento da desconfiança, e isso interfere na intimidade, porque a intimidade gera confiança, e fortalece o casamento. Então há a necessidade de se ter um relacionamento sem reservas, de modo que “tudo que é de Deus é seu.”
Transparência
Por fim, a última é a “lei da nudez”, pois, no jardim, estavam nus, expostos, e não havia vergonha, não havia constrangimento, é a lei da transparência, de andar na verdade, e o oposto disso, quando pecamos, é a restrição dessa transparência. Quando começamos a pecar contra essa lei, escondendo nossos pecados, nossas culpas e vergonhas, nós simplesmente quebramos a intimidade, e o relacionamento já não funciona mais.
Ao tentar esconder o pecado, Davi assassinou Urias, e isso revela os perigos da não busca pela transparência. Mas, após ser confrontado pelo profeta, ele se expõe e a misericórdia é alcançada, mediante o arrependimento.
Se estes princípios forem incorporados em nosso estilo de vida, nós vamos iniciar uma reforma nessa nação, e a terra vai tremer.
Deus está chamando a igreja brasileira para ser protagonista não apenas de um avivamento, mas de uma reforma. Não adianta querer mudar essa cultura progressista (marxismo cultural) sem uma reforma moral, com o reestabelecimento da família, e os valores do Reino
Marcos Borges (Coty)
“Nós vamos ganhar nossa nação para Jesus.”
por Guilherme Mariano/CNConteúdo