Bob Jones recebeu uma palavra de Deus: você ainda não aprendeu a amar. Era alguém incrível e um pouco esquisito no seu modo de agir e se vestir.
Certa vez, pediu meu número de telefone e disse que se eu precisasse de algo, ele me ligaria. Comecei a ter algumas batalhas espirituais e ele, realmente, me ligou. Ele falou sobre o sonho de tormento que estava tendo e disse que tudo se encerraria. Dois dias se passaram e ainda estava tendo sonhos atormentadores.
No terceiro dia, minha cama tremeu violentamente. Pensei que era um terremoto. Quando olho, vi um homem de 3, 4 metros de altura ao lado. Descalço, calças como de luta e sem camisa. Com semblante raivoso me olhava. Nesse processo de acordar, quando pensei que fosse um anjo, ele desapareceu. Liguei para Bob e ele descreveu a minha visão afirmando que se tratava sim de um anjo.
Transição e Relacionamentos – Da escravidão à amizade
Vamos acompanhar o texto descrito no livro de João 15:
- “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto se não permanecerem em mim. “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.
Se uma vinha não for cuidada, ela se transformará um uma árvore de ramos secos. Quando crescemos demais, começamos a competir sobre quem tem mais ramos secos, para comparar os frutos. Deus, então, começa a nos podar, não para nos machucar, mas com o propósito de produzirmos mais frutos.
Jesus disse que eles já estavam limpos, por causa da Palavra que estava sendo liberada. A Palavra corta algo para que sejamos mais frutíferos. A forma de se podar é pela palavra falada e a obediência demonstra a permissão de poda.
Eu havia tido um forte encontro com o Senhor, mas tinha um linguajar pesado. Certo dia, Deus me acordou cedo e me repreendeu: você não vai mais xingar desta forma porque esse agir não me representa.
Algo poderoso acontece quando permitimos a poda de Deus sobre nós.
Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e será concedido.
O contexto é a Palavra que corta. Se Deus pode te influenciar, te podando com a Sua Palavra, quando Ele proferir um comando, você vai obedecer e, assim, poderá pedir o que quiser. Então, você faz o que Deus quer e Ele fará o que você quer.
Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês.
Essa liberdade de poda altera o nível do nosso relacionamento com Deus. Logo, não mais seremos escravos, mas amigos, pois conheceremos o que Jesus compartilha com o Pai.
Deus se move em meio à obediência e nos faz fluir em revelação nesse contexto. Entendemos, então, que um ministério profético profundo pode ser alcançado por meio da obediência e nessa transição do nível de relacionamento.
Kris Vallotton
Exemplo de José
José era um escravo tão bom, que Potifar o colocou como administrador dos seus bens. José era escravo, mas a bíblia afirma que ele era alguém bem sucedido. Ainda quando lançado na prisão, o favor o seguia e tornou-se o chefe daquele ambiente. José interpreta os sonhos dos seus companheiros. Mais tarde, Faraó tem sonhos e ele sabe que seu sonho é divino. Veja que Faraó é politeísta e Deus o conhecia, apesar dele mesmo não conhecer a Deus.
Naquela ocasião do sonho de Faraó, José foi lembrado, sendo chamado para interpretar o sonho do Rei. José troca as suas vestes. (Ei, por vezes, você precisa de trocar as roupas para ser promovido. Vista-se para ter um encontro com o rei!). O sonho é relatado. José traz a revelação e sugere a solução para a previsão de fome sobre a terra. Não há homem mais sábio e capaz para gerir a nação, entende o rei. Nesta ocasião, ele nomeia José ao posto mais alto do seu governo.
Veja: José teve um sonho e Faraó teve um sonho. Entre o sonho de José e o sonho de Faraó, passaram-se 14 anos. Se José não tivesse tido o sonho, todos teriam perecido de fome. Se Faraó não tivesse tido o sonho, José teria morrido na prisão. José é a igreja e Faraó é o mundo. Nós somos profetas para beneficiar o mundo, sim, esse mundo pelo qual Jesus morreu e a quem Deus amou profundamente.
Em dois anos de prosperidade, há uma colheita de cem por um. Eles colheram muito além do que se colheria normalmente, logo, quando começa a fome, eles tinham o suficiente para alimentar, não apenas o Egito, mas todo o mundo conhecido à época. Imagina que se o sonho não fosse tão detalhado, eles não teriam guardado o bastante.
Nos primeiros anos de escassez, as pessoas têm os seus depósitos de grãos esvaziados. Então, o povo começa a comprar os grãos. Quando o dinheiro acaba, tudo começou a servir de moeda de troca, para se obter alimento. Aos poucos, Faraó passa a ser proprietário de todo o Egito. No capítulo 47 de Gênesis vemos que todo o Egito se tornou escravo. Uma nação tão próspera, tornou-se totalmente pobre.
Mas, voltando ao texto, Jesus disse: não vos chamo mais de escravos. Jesus destitui o estado de escravidão e evolui para a amizade, por meio da revelação. Perceba que Faraó não contou para todo o Egito a interpretação do sonho. Essa informação ficou em segredo. Eles se tornaram escravos porque não sabiam o que o pai estava fazendo.
As pessoas não são pobres porque não têm comida, mas porque não têm revelação. Estamos alterando o Brasil de um lugar escravizado para um lugar próspero, devido à revelação que tem sido liberada.
Receba essa palavra para o seu País. Declare: o meu país vai sair da escravidão e vai entrar na amizade com Deus, pois estamos permitindo a poda de Deus.
O Brasil habitará na Palavra de Deus e esta a transformará, para que se mova do estado de escravidão para uma relação de amizade.
Abraão era amigo de Deus
Então o Senhor disse: “Esconderei de Abraão o que estou para fazer?
A amizade com Deus sempre libera revelação acerca daquilo que Deus está fazendo. Abraão tinha permissão para exercer influência sobre as decisões de Deus.
Deus havia decidido destruir Sodoma e Gomorra, mas Abraão indaga: “Exterminarás o justo com o ímpio? Veja a forma como ele fala:
E se houver cinquenta justos na cidade? Ainda a destruirás e não pouparás o lugar por amor aos cinquenta justos que nele estão?
Longe de ti fazer tal coisa: matar o justo com o ímpio, tratando o justo e o ímpio da mesma maneira. Longe de ti! Não agirá com justiça o Juiz de toda a terra?”
Respondeu o Senhor: “Se eu encontrar cinquenta justos em Sodoma, pouparei a cidade toda por amor a eles”.
Mas Abraão tornou a falar: “Sei que já fui muito ousado a ponto de falar ao Senhor, eu que não passo de pó e cinza.
Incrível porque Abraão negocia com Deus, até chegar ao número dez. Por este texto entendo que Deus não destrói nações por causa dos pecados dos homens, mas porque não conseguiu encontrar um justo que se colocasse entre Ele e os pecadores.
Logo, Sodoma e Gomorra foram destruídos e a mulher de Ló se tornou um pilar de sal. Não creio que ela tenha sido uma pessoa má, mas acredito que era uma intercessora e hesitava em deixar Deus destruir a cidade.
Abraão tinha uma relação tão profunda com Deus, que permitia questioná-lo e influenciá-lo nas suas decisões. Moisés, também, tinha uma influência nas decisões de Deus, pois construiu um relacionamento profundo.
- Contudo, não é assim que procedo para com meu servo Moisés, o mais fiel dos servos de minha Casa. Com ele converso face a face, claramente, e não por enigmas ou parábolas; e a ele foi revelada a forma do SENHOR. Números 12:8
. Veja o relato em Êxodo 32:
- Além disso, o povo diz: ‘Israel, este é o seu deus que tirou você do Egito!’ ” O SENHOR disse mais a Moisés: “Tenho percebido que este povo é um povo rebelde. Agora deixe-me sozinho, para que a minha ira se acenda sobre eles, e eu os destruirei. Depois, farei de você uma grande nação”. Mas Moisés implorou ao SENHOR, seu Deus. “SENHOR”, disse ele, “por que ficar indignado assim com o seu povo, que o SENHOR tirou da terra do Egito com grande poder e forte mão? Por que deixar os egípcios dizer: ‘Foi com má intenção que os tirou, para matá-los nos montes e para bani-los da face da terra’? Volte atrás, eu peço, e apague a sua indignação. Tenha piedade e desista de fazer esse terrível mal ao seu povo! Lembre-se dos seus servos Abraão, Isaque e Israel, aos quais jurou pelo seu nome: ‘Multiplicarei os seus descendentes, como as estrelas do céu e darei a eles toda esta terra que prometi a eles, e os seus descendentes herdarão esta terra para sempre’ ”. Então, o SENHOR desistiu do mal que faria ao povo.
Algumas vezes, quando Deus determina algo ruim, Ele não está profetizando um destino, mas verificando se há algum líder em sintonia com o Seu coração, a fim de reverter o quadro.
Depois, quando Deus sugere a presença de um anjo no seu lugar, Moisés aponta que o que faz a diferença entre Israel e os outros povos era exatamente a presença de Deus. Sem o Senhor, não vou, diz Moisés. Há uma relação de duas vias, quando Deus e o homem compartilham os seus desejos.
Certo dia, me achei tão incrível, até que Deus me mostrou que havia entregado uma palavra profética falsa. Conversei com o Pai e ele me garantiu que revolveria a questão, dizendo: que tipo de amigo seria se fizesse apenas o que eu quero?
Eu estava aprendendo sobre amizade. Lembra de 1 Cor. 13, o texto que fala sobre amor? Esses atributos, primeiro, se aplicam a Deus, antes de se aplicarem a nós. Deus não age em ciúmes. Ele quer um relacionamento verdadeiro conosco.
Deus colocou o diabo no mesmo planeta que nos colocou. Mas, porque ele não foi colocado em Júpiter? Lembra que Deus plantou duas árvores no jardim? Porque não plantou apenas a árvore da vida? Não, Ele forneceu opção e recomendou a árvore boa. Amor requer escolha e escolha requer risco. Deus não poderia nos programar para amar porque amor requer escolha. O fato de Deus nos permitir escolher é porque ele valoriza o amor.
A única forma de se ter uma recompensa por se fazer a coisa certa é com a possibilidade de se fazer a coisa errada. Jesus fazia o que via o seu Pai fazer. Jesus valoriza o livre arbítrio.
No episódio da prisão de Jesus, Pedro corta a orelha do soldado. Penso que acertou a orelha sem querer e que a intenção, na verdade, era arrancar a cabeça. Ele era um pescador e não um soldado. Como acertaria apenas cortar a orelha assim? Mas, Jesus repreendeu Pedro. Porque? Jesus não havia dito para pegar espadas? Pedro não poderia usar? O que faria, então, com a espada?
- Então, Jesus os adverte: “Agora, porém, quem tem bolsa, pegue-a, assim como a mochila de viagem; e quem não tem espada, venda a própria capa e compre uma. Pois vos asseguro que é necessário que se cumpra em mim o que está escrito: ‘E Ele foi contado com os transgressores’. Sim, o que está escrito a meu respeito está para se cumprir”. Lucas 22:36, 37
Por vezes, Deus nos entrega oportunidades que não são para serem usadas. Em uma relação de amizade, sabemos o que devemos fazer. Quando sacrificamos a nossa vontade pela vontade do Senhor, a nossa recompensa é maior.
Sempre teremos opção e sempre poderemos optar pelo lado, aparentemente, mais vantajoso, mas, Deus esconde tesouros que nos são entregues quando fazemos escolhas por amor.
por Vanessa Ribeiro/CNConteúdo