A equipe da Bethel Church se reuniu com nosso bispo JB Carvalho para responder as perguntas dos participantes de forma dinâmica e fraternal.
- Quais são as principais perguntas que devemos fazer ao Espírito Santo no processo de adquirir o dom profético?
Quem respondeu foi Kris Vallotton, que sugeriu realizar perguntas que dizem respeito à identidade (quem Deus quer que sejamos), destino (onde o Senhor quer que cheguemos) e tempo (em qual estação devemos trabalhar). Ele disse: “você não pode fazer o que Deus pediu para você fazer sem antes você saber quem Ele quer que você seja”. Ele explicou que 60% das profecias bíblicas são condicionais, no sentido de o Espírito querer que o destinatário faça alguma coisa para ela acontecer. Ele aconselhou buscar entender se nossas profecias são condicionais ou incondicionais antes de entregá-las.
- Se recebermos uma palavra de correção de um profeta com a motivação errada essa palavra pode ser considerada uma falsa profecia?
McCollam respondeu à segunda pergunta, dizendo que uma profecia falsa é diferente de uma profecia ruim. Uma profecia falsa geralmente é um problema relacionado ao coração, sem muita relação com a palavra que foi liberada. A motivação conta e as falsas profecias são sempre julgadas em relação ao coração da pessoa que está profetizando e não pela qualidade da palavra.
- Se o Espírito Santo revelar o pecado de alguém para nós, devemos falar ou guardar?
O bispo JB Carvalho respondeu dizendo que temos uma cultura de confronto. Você não pode mudar o que você pode tolerar. Então não reclame daquilo que você permite. E se isso estiver acontecendo dentro de um ambiente de liderança, você tem que respeitar a casa. Você tem que perguntar para Deus se você deve confrontar. Mas em sua opinião, se Deus revelou é porque existe posicionamento para resolver aquela situação.
Por outro lado, Kris Vallotton disse: “se você estiver procurando pecado, você vai encontrar pecado. Mas nós estamos buscando encontrar o tesouro no coração das pessoas”. Ele diz que se estivesse nessa situação, perguntaria ao Espírito Santo o que fazer. É necessário saber discernir cada situação: se temos intimidade com a pessoa, podemos abrir a palavra e corrigi-la com um espírito de mudança. Mas se não houver essa intimidade, ele costuma chamar algo nobre que está dentro da pessoa, dizendo que muitos se arrependem ao ouvir que possuem algo nobre dentro deles. Na sua visão, o profético tem uma função importante na exposição da pureza das pessoas, e as palavras que trazem à tona o tesouro escondido dentro delas as capacitam para a santificação.
“Sem uma visão poderosa, as pessoas acabam se perdendo. Então, muitas vezes o pecado é um problema de falta de visão. As pessoas perdem o autocontrole quando não têm uma visão clara”. Pr. Kris Vallotton
- Em seguida, McCollam perguntou ao nosso bispo quais são as principais coisas que ele busca em uma parceria profética?
JB Carvalho falou sobre a situação sui generis do Brasil, onde há certa confusão em relação ao uso de termos como profetas, apóstolos, pastores e mestres. Na sua visão, é a visão apostólica que deve guiar a estratégia de parcerias e de comissionamento.
Kris complementou a resposta do bispo, revelando achar estranha a ênfase que é dada atualmente na fugira de pastores e mestres quando a Bíblia fala mais de apóstolos e profetas. “Não tem como nos tornarmos o que não vimos sem ter um modelo saudável”, disse. Kris explicou que isso ocorre porque crescemos em um ambiente baseado na função do pastor que atrai pessoas, deixando em segundo plano a atuação de apóstolos que treinam, equipam e comissionam pessoas. Por isso, não há muitas estruturas construídas em torno do comissionamento para atuar fora das paredes da igreja.
Eu creio que os apóstolos precisam dos profetas e vice-versa. Essa é minha opinião, mas apóstolos sem profetas são como Arão sem Moisés. E Moisés sem Arão não liberta os israelitas do Egito”
Kris Vallotton
- Como transicionar uma igreja tradicional para uma igreja profética?
McCollam quis responder a essa pergunta porque passou pessoalmente por essa transição. Ele indicou que o segredo é ensinar, estabelecendo padrões saudáveis para as pessoas ficarem seguras, mas também implementando uma cultura de risco, de provocar a atuação e a experimentação. E essa cultura deve partir do púlpito, dos pastores que conduzem o ministério e a igreja.
JB Carvalho explicou que o que mais chama atenção na Bethel Church é a cultura profética. A Bethel é privilegiada por ter pessoas grandes trabalhando juntas, com muitos autores com agendas cheias. Ele revelou que deseja trazer essa cultura aqui para o Brasil, mas que o fato é que um leão acaba eliminando o seu próprio DNA quando tenta reproduz o DNA de outro leão. Ele disse que cada um deve saber como deve crescer, para não haver um problema de liderança no futuro. Não é necessário começar grande, mas sim ter qualidade e ter pessoas confiáveis. “Não pessoas com grande carisma, mas pessoas com coração quebrantado e prontas para aprender”, disse o bispo. Às vezes, essa transição exige perder pessoas, de forma que aqueles que desejam dar início a um ministério profético devem focar naqueles que têm fome de mudança e prontos para aprender.
Ao mesmo tempo, Kris Vallotton alertou sobre a importância da liderança da igreja, não apenas incentivar, mas incorporar a cultura profética. Não é bom quando o líder de uma igreja tradicional começa a desenvolver um ministério profético sem participar, pois os membro irão questionar porque alguns líderes apresentam sinais e manifestações do espírito, mas o próprio líder não. Por isso, é desejável que o líder principal da igreja se envolva pessoalmente nessa transformação.
- Até que ponto a nossa imaginação pode ser usada para receber palavras proféticas?
Nosso bispo JB Carvalho respondeu à sexta pergunta, dizendo que devemos responder o que é espiritual com manifestações espirituais. A Bíblia diz que a mente pode causar problemas, por isso temos que treinar nossos espíritos para proteger nossas mentes. Portanto, temos que treinar nossos sentidos espirituais para discernir se aquilo que estamos recebendo é nossa imaginação ou uma revelação de Deus.
Kris complementou a resposta de nosso bispo, explicando que quando rendemos nossa imaginação ao Espírito Santo, ela se torna um útero onde grandes coisas podem ser geradas. Ele disse, “O principal é santificar nossa imaginação e colocar todo o seu controle nas mãos do Espírito Santo”.
- Como profetizar fora da igreja?
Kris aconselhou sempre treinar com o comissionamento em mente. Ele disse que todo novo membro da Bethel Church recebe algum tipo de atribuição, mas que é importante entender os protocolos dos lugares para onde somos enviados. Nesse sentido, a Bethel busca preparar os membros do ministério profético para atuar nos ambientes para onde serão convidados a atuar. Suas palavras foram acompanhadas de exemplos impressionantes dos sinais do seu ministério.
JB Carvalho reforçou novamente o papel da contextualização. Às vezes, é necessário diminuir o impacto para revelar uma espiritualidade natural. É necessário agir como judeu para falar com os judeus, como egípcio para falar com os egípcios. Até mesmo os jovens têm sua própria linguagem hoje em dia. Na sua visão, precisamos aprender a forma como nos expressamos para projetar adequadamente o que desejamos.
- Podemos mudar o governo através de um ato profético?
Kris respondeu que mudança de cultura leva tempo e que, se olharmos os textos da Bíblia, a média de tempo para essa transformação é de cerca de 300 anos. “Nós temos uma cultura muito imediatista sobre o resultado de nossos planos”, disse. Nosso bispo complementou as palavras de Kris, ressaltando a importância de influenciar a cultura e fazer com que a igreja recupere os lugares perdidos. Temos que derrubar o muro que foi construído entre a cultura cristã e o mundo. Não podemos ser apenas a luz da igreja: nós somos a luz do mundo.
Nós devemos ser as pessoas que fazem as coisas acontecer por meio da arte, das ciências do governo. O governo não vai mudar por meio de um ato profético, mas por meio da cultura ao longo de muitas gerações.
JB Carvalho
A última pergunta foi sobre a colaboração entre a Bethel Church e a Comunidade das Nações. McCollam perguntou a Kris Vallotton e ao nosso bispo o que fez com que fechassem essa parceria.
O bispo JB Carvalho respondeu que quis trazer o modelo da Bethel Church para o Brasil desde a primeira vez que visitou a igreja. Ele acredita que nossa geração estava sem futuro porque não havia profetas para trazer à existência aquilo que Deus queria causar. Havia uma ausência de maturidade no desenvolvimento de ministérios proféticos, mas a Escola de Profetas transformou essa perspectiva. Por sua vez, Kris respondeu que aceitou a proposta de parceria do bispo porque sentiu que sua intenção tinha um grande significado. Ele revelou que, conversando com Deus, passou a sentir como se Ele tivesse sido comissionado para apadrinhar ministérios no Brasil.
Assim terminou a tarde deste último dia da Escola de Profetas. Mas não antes de Ben Armstrong chamar nossos bispos ao altar para honrá-los com uma oração de empoderamento e agradecimento.
“Senhor, agradecemos pelo que está fazendo com esse casal. Eu vi o Senhor fortalecendo vocês, enviando reforços, mandando mais anjos, mandando mais profetas. Eu vi o Senhor mandando mais empresários. Em Isaías 60 diz que os reis estão vindo e trazendo a riqueza com eles, não apenas o dinheiro, mas liderança, a visão, a experiência e o legado. E eu vi Deus abrindo essa grande porta de oportunidades e que Ele vai fortalecer os seus fundamentos nesta estação.” Ben Armstrong
por Henrique Guilherme/CNConteúdo