- A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
- E manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas,
- Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais. Efésios 3:8-10
A Carta de Paulo aos Efésios é um tratado sobre o mundo espiritual, com detalhes e minúcias sobre as regiões celestiais. O que seria a multiforme sabedoria de Deus revelada aos anjos?
A sabedoria multicolorida de Deus se revela através de Sua igreja, que está assentada com Cristo Jesus nos lugares celestiais de autoridade.
JB Carvalho
No capítulo 4 de Efésios, temos que Jesus desceu ao inferno e subiu aos céus, lavando cativo o cativeiro e distribuindo dons aos homens.
- Jesus disse: “Eu edificarei a minha igreja, ekklesia, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” Mateus 16:19
A igreja não se trata de uma religião, mas de um governo; podemos acessar as regiões celestiais e alterar a história, fazendo a diferença, reafirmando a vontade de Deus e Vontade de Deus: BOULEMA E THELEMA.
Boulema se trata da vontade soberana, irrestrita e incondicionada. Nas escrituras, a maior parte das vezes, cita-se a palavra Thelema, que expressa a vontade condicionada à participação humana, e assim sendo, Deus conta com a natureza humana para que possamos fazer escolhas e contribuir com a edificação do Reino.
Deus nos propõe escolhas, e assim sendo somos, como assembleia dos santos, um domínio, se reunindo para decidir, ligar e desligar a Vontade de Deus na terra.
O maior poder humano é ESCOLHER. Em Deuteronômio 30, temos que Deus nos propõe que escolhamos entre vida e morte; a bênção e a maldição.
Vejamos, pois, alguns textos bíblicos nessa esfera:
- Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Hebreus 4: 16
- Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus. Hebreus 10:19.
Por conta do que Jesus fez, temos o direito de ir à sala do trono e, com Deus, nos posicionar em escolhas. Temos hoje um amplo acesso, pois o véu se rasgou no templo natural. A igreja foi chamada para estar assentada nas regiões celestiais, tendo acesso à Sala do Conselho de Deus.
Em Amós 3:7, é citado que “certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. Isso fala de entrar confiadamente à Sala do Trono, entrando no Conselho do Senhor. Vemos na Bíblia que Moisés teve um diálogo com Deus, conversando face a face com Deus, no livro de Êxodo, para que Deus não destrua o Seu povo.
Abraão também exerce esse poder intercessório, ao pedir para que Sodoma fosse poupada se fossem encontrados homens justos.
Na leitura de Hebreus 10, versículo 20, observamos que a única forma de adentrar nas recâmaras da sala do trono é pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho. Somos orientados a achegarmo-nos ousadamente, de forma corajosa, zelosa ao trono da Graça.
A ira de Deus, aplacada pelo sacrifício substitutivo de Cristo, nos dá amplo acesso, uma vez que o véu foi rasgado. No livro de Zacarias, capítulo 3, versículo 7, vemos uma situação na qual o Sumo Sacerdote Josué estava na sala do trono, com as vestes sujas; suas vestes são trocadas por fino linho e lhe é dado livre acesso à sala do trono.
À igreja é dado o poder de emitir decretos celestiais, levar a cabo a justiça de Deus e apregoar o ano aceitável do Senhor. Isso fala de uma temporada de favor divino. Quando crescemos em favor com Deus, nos desenvolvemos também ao olhar humano, tal qual descrito sobre Jesus em Lucas 2:52.
A uma igreja apostólica é dada o poder de convocar o tribunal celestial, para interceder pela terra e declarar decretos sobre o futuro. Falsos juízos, mentiras, situações em discordância com a vontade de Deus podem ser levadas à sala do trono, para serem mudadas pelo poder de Deus.
Podemos acessar o sistema da corte celestial, a fim de mudar as circunstâncias. Nesse lugar em Deus, o Espírito Santo é nosso defensor e ajudador, nosso conselheiro. Nessa atuação junto a Deus, somos um conselho consultivo administrativo do Reino, que precisa agir em justiça.
Hebreus 10:30 fala que devemos ter a correta motivação ao acessar o Tribunal Celestial. Há muitos textos na Bíblia que apresentam o trono, tal qual Apocalipse capítulo 4. Nesse texto, há a expressão descritiva do Trono de Deus. No sequencial capítulo bíblico, após a adoração, vemos que se fala de juízo. Observa-se, que, no capítulo 5 de Apocalipse, há justiça de Deus em ação.
A adoração dos santos tem o poder de mover o céu e julgar os poderes infernais
A adoração dos filhos julga o inferno. Podemos, pois, como filhos remidos por Cristo, entrar no concílio divino, conforme lemos em Isaías 43:26: “Desperta-me a memória; entremos juntos em juízo; apresenta as tuas razões, para que possas justificar-te.”
A Bíblia está repleta dessa ideia de assembleias divinas, de onde saem as decisões. Deus nos chama a sermos filhos maduros, que professam orações inteligentes e pedidos inteligíveis, colaborando com os desígnios do céu sobre a terra.
Jeremias 23:18-19 fala sobre o Conselho do Senhor, que será entendido nos últimos dias, de onde está o julgamento dos perversos. Em Daniel, capítulo 10, vemos que Daniel jejuou por 21 dias, e que houve resistência espiritual da parte do inferno, uma grande batalha espiritual, no segundo céu.
Os poderes angelicais estavam sendo resistidos, não obstante a resposta houvesse sido liberada por Deus assim que Daniel começara a orar. Daniel provocava um “terremoto celestial” enquanto orava em seu quarto. Os anjos estão em missão, são conservos daqueles que hão de herdar a salvação.
Eles executam salvação, livramento e julgamento. Pelo ministério dos anjos Herodes foi ferido de morte ao não glorificar a Deus, em Atos capítulo 16. Pelo ministério dos anjos chegou ao homem a lei. Pelo ministério dos anjos, Nabucodonosor é visitado e fica por 7 anos na condição de loucura, até que declarasse que o Deus Eterno tem o domínio dos céus e da terra.
As figuras de anjos sempre aparecem na Babilônia, principalmente no livro de Apocalipse. Anjos trabalham para cumprir a vontade de Deus, através de decretos celestiais liberados. Todavia, muitos deles estão aguardando que a igreja do Senhor se mova em concordância com a Sua vontade.
A igreja não tem chamado as coisas que não são como se fossem
A igreja não tem emitido os decretos celestiais. A igreja não tem declarado a vontade de Deus, assim na terra como no céu. Não tem declarado cura, restauração e salvação. Aquilo que, como igreja declaramos, de acordo com as escrituras, acontecerá.
A liberação das palavras de Deus coloca os anjos em movimento, no sentido de realizar aquilo que foi anunciado e determinado pelo Altíssimo. Salmos 103:20 fala que os anjos valorosos em poder, são enviados para executar as ordens do Senhor, executando a Sua Palavra.
Se pregarmos no Conselho de Deus será feito, segundo a vontade do Pai. Somos filhos do Altíssimo, juízes, como falado nas escrituras. O domínio de Deus está sobre tudo e todos. A igreja é um domínio e a vontade de Deus precisa ser desperta em nós. Romanos 12 nos conclama a fluir em nosso culto racional, em obediência, nos apresentando diante de Deus em adoração, posto que tudo em nós foi feito para exaltá-Lo.
Tudo que tem fôlego deve louvar ao Senhor e declarar o seu beneplácito, Sua Vontade. O versículo 2, de Romanos 12, nos fala em não nos conformarmos a este século, a esta era, que em grego é “aion”. Estamos numa transição de tempos. Por isso estamos sendo chamados a não nos amoldar com os pensamentos do mundo, com esse século, com essa era. Isso não fala do fim do mundo, mas de uma transformação!
A boa, perfeita e agradável vontade é aquela em que concordamos com a promessa de Deus, nos alinhando às Suas declarações, à Sua Thelema, e concordando com Seus desígnios.
JB Carvalho
Não nos conformaremos com as circunstâncias, mas transformaremos a atmosfera. O mandato cultural dado à humanidade em Gênesis, capítulo 1, faz do homem e da mulher portadores da vontade de Deus, debaixo de autoridade que Deus lhes concedeu.
O homem dá nome às coisas
A Adão foi concedido o poder para ser uma extensão da vontade de Deus, cultivar o jardim e estabelecer a vontade de Deus na terra. O ser humano, em Adão, era a extensão da vontade de Deus no jardim do Éden. Todavia, Adão abandonou o conselho do Senhor e perdeu essa autoridade.
O diabo roubou, pelo pecado, a ordenança dada ao homem. A nossa autoridade e mandato foi restabelecido em Cristo Jesus, sendo uma raça de reis e sacerdotes. Estamos com Cristo nas regiões celestiais, imbuídos de poder para governar com Deus. João 10:34-36 remonta ao Salmo 82, ou seja, nesse texto, a palavra “deuses” representa governantes, ou filhos do Altíssimo. A igreja foi chamada a liberar os decretos celestiais em concordância com o céu, ligando e desligando na terra, tal qual juízes.
A lógica é que a igreja foi chamada a decidir sobre o que ocorre na terra
Ao vermos o que ocorre com Ananias e Safira, que são sentenciados por Pedro no livro de Atos, por mentir ao Espírito Santo, vemos a profunda autoridade em que flui a igreja apostólica durante o mover de Deus, um avivamento. Vemos esse mesmo tipo de decreto executado por Paulo entregando Himeneu ao juízo de Deus, para que esse não mais blasfemasse contra o Senhor. Isso remonta ao texto e prescrição de Mateus 18, no tocante a como julgar. Deus nos deu autoridade para julgar e está julgando as nossas proclamações.
Os decretos de Deus devem ser reproduzidos pela ekklesia, com a motivação correta e concordância com a vontade de Deus, para que não sejamos encontrados em falta. Atos 13:7-11, fala que Paulo sentenciou a cegueira a Elimas o mágico, posto que esse não se alinhava aos propósitos de Deus, e agia com engano e malícia. Nós devemos ter corações puros para proclamar os decretos de Deus. A sessão do Tribunal do céu está aberta!
Vejamos na Bíblia a postura de José: a ele foi dado o poder da vida e da morte. A José, Zafenate Panéia, foi dado o poder de julgar seus irmãos e a todo o Egito, mas ele não se moveu em vingança ou maldade. José encontrou em Deus bênçãos disfarçadas de adversidades, vitória nas suas lutas, e operou na justiça divina.
Os céus vão apoiar nossas palavras quando quebrarmos os jugos das pessoas. Foi isso que José fez, e é assim que os filhos de Deus se movem, segundo João 20:23. Somos responsáveis por nos alinhar com o céu e liberarmos justiça, desfazendo as obras do diabo. Toda oração de injustiça pode ser quebrada pelos filhos de Deus. Deus está julgando a nossa misericórdia, posto que não contemporiza com a injustiça.
Salmos 82:2 fala que por vezes os juízes estão julgando injustamente. Deus nos dá autoridade para emitir decretos que quebrem as missões do inferno, amparando aos órfãos e às viúvas, libertando os cativos, fazendo justiça divina. Não podemos jamais tomar partido pelos ímpios e pela injustiça.
Não podemos contemporizar a Verdade. Existe, atualmente, uma crise de “bondade” na igreja. Há uma visão de um “Jesus paz e amor”. O chamado da igreja é dar voz à palavra de Deus. E executar a Justiça de Deus na terra é papel da igreja. Os cristãos têm o papel de ser boca de Deus na terra. Nações se perdem por conta do pecado, tal qual algumas civilizações de outrora.
A Bíblia fala que Nações vão perecer, deixar de existir por conta da iniquidade geracional; então Asafe, autor do Salmo 82, clama ao Senhor para que Deus levante-se do Seu trono e julgue com justiça as nações da terra. Daniel 7: 9-10 descreve com clareza o tribunal celestial. Daremos conta, diante de Deus, de toda palavra saída de nossas bocas. Toda história da humanidade, desde o início está registrada.
Nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo
Podemos, portanto, declarar cura, libertação, salvação. Podemos mudar o mundo, pois somos o lugar onde o céu e a terra se encontram. A igreja não é um lugar para a preservação do status quo, e sim para fluir em obras de arrependimento.
Nossas palavras ativam os anjos, que atendem à voz da Palavra; os anjos de Deus se movem para fazer cumprir aquilo que já foi decidido no céu. Quando declaramos Sua Palavra e Sua Vontade, vivemos o que está descrito em Isaías 42:22: RESTITUIÇÃO.
Declaramos as Palavras de Vida, de salvação e de libertação. Este é um tempo de restituição, e creia: Deus vai julgar os juízos iníquos da terra, apresentando o nosso caso junto ao Ancião de Dias. O nosso advogado é Jesus Cristo, o justo, e toda sentença de maldição contra os filhos da luz está sendo quebrada. Hebreus 7:25 diz que Jesus Cristo, o homem, vive para interceder por nós, e por meio do seu sangue, estamos aptos a nos aproximar do Pai.
Estamos perdoados, fomos sarados e curados por Cristo, e clamamos para que hoje Ele venha executar justiça na terra. O Tribunal de Deus está em sessão, e temos as chaves para nomear as injustiças, pois o sangue de Jesus cancelou o escrito de dívida de Satanás contra nós.
Somos vozes de julgamento, e as sentenças contra nós se tornarão a nosso favor. Onde houver saque e roubo haverá restituição. Onde houver doença e dor haverá cura. Onde houver opressão e tristeza, haverá alegria. O acusador está sendo acusado, e o sangue de Jesus está clamando mais alto. Somos a igreja, estamos ligando a vontade de Deus na terra, cancelando os decretos de morte contra o povo de Deus e apregoando um tempo de favor, graça e bondade do Senhor.
por Ana Seligmann/CNConteúdo
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