A trajetória de Jacó (Gênesis 33 e 35), em meio a inúmeras etapas e processos, resolvendo suas pendências com o passado, sobretudo com seu irmão Esaú, para então poder chegar ao seu local de destino.
Ignorar um problema ou uma situação não faz com que eles sejam resolvidos, tem muita gente que acha que está jogando poeira para debaixo do tapete, mas, na verdade, está jogando pólvoras. Quando não resolvemos uma situação, é como se tivéssemos parados no tempo, e para transicionar para um novo tempo é necessário resolver as pendências do passado.
Estamos dispostos a resolver nossas pendências para migrar para um novo tempo em nossas vidas?
É necessário resolver nossas dívidas, sejam elas financeiras, morais, conjugais, ter conversas difíceis, para que essas pendências não voltem a ressurgir no futuro.
Jacó chegou a Siquém, e ali ele achou que era um lugar onde ele deveria habitar, mas se tratava apenas de um lugar que ele deveria passar, pois ali ainda não era o lugar que o propósito final dele o aguardava. Jacó foi abusado naquele ambiente, ali não era o seu lugar. Assim também existem lugares que passamos que não são onde deveríamos estabelecer alianças, pois são apenas ambientes de passagens, não são lugares que deveríamos nos unir, rumo ao nosso propósito, pois Deus tem lugares e promessas superiores.
Então Deus aparece a Jacó e diz: “volte a Betel” (Gêneses 35). Estava na hora dele fechar o ciclo, voltar a Betel, para iniciar uma nova etapa, uma nova estação. Deus falou com ele em sonhos, ali em Betel.
O Senhor fala conosco em nosso descanso, e Jacó se deu conta que ali habitava a presença do Pai, ali existiam céus abertos, e uma escada que estabelecia uma conexão do céu com a terra.
Uma nova estação, um novo tempo
Para transicionar para uma nova estação, para um novo tempo, é necessário colocar vestes novas, lidar com questões não resolvidas, perdões não liberados.
Quando Jacó resolveu todas as suas pendências, e chegou em Betel, ele fechou um ciclo e, partindo dali, ele vai para Efrata, rumo ao lugar da frutificação. Sua esposa estava grávida, pois era uma transição de multiplicação e colheita.
Estamos passando por um momento de mudança e algo está sendo gerado em nós, e esse desconforto que está existindo é sinal de que algo está para nascer, a bolsa estourou, as dores de parto surgiram, e a promessa vai nascer. E do mesmo modo que ali com Jacó havia uma parteira, hoje existem “parteiras”, “conexões” em nossas vidas que vão nos auxiliar e nos transicionar a um novo tempo, apresentando novas coisas, abrindo portas que nunca imaginamos ser abertas. Ainda há tempo de sermos parteiros, para conectar pessoas ao seus destinos.
Vai nascer, vai amanhecer!
Após o parto, a criança nasce, e Raquel dá nome ao seu sofrimento, e chama seu filho de Benone (o filho da minha aflição), mas imediatamente o nome é mudado, e o chama de Benjamim.
Muitas vezes, damos nome ao nossos momentos de angústias, mas como podemos amaldiçoar aquilo que Deus está abençoando em nossa vida? Tudo isso que denominamos trabalhoso, sofrimento, Deus dá um novo significado e chama de Benjamim, pois é o processo, o crescimento, a maturidade que está surgindo, pois quem se agarra a Benoni, jamais poderá chegar a Benjamim.
por Guilherme Mariano/CNConteúdo