O pastor Marcos Borges (Coty) ministrou sobre a maturidade na Conferência Global 2022, mais especificamente sobre as fases e os processos que nos tornam adultos e representantes maduros da comunidade:
“Eu gostaria de compartilhar um pouco sobre maturidade. (…) Dentro de cada pessoa existe o desejo natural de buscar maturidade. Isso está dentro de todos nós. E atingir o limite máximo do nosso potencial. Todo mundo intrinsecamente deseja isso. Mas a maturidade não é um dom espiritual que você recebe. É algo que exige um trabalho duro, persistente. É preciso saber superar os obstáculos para chegar onde a gente tem que chegar no propósito de Deus. O maior déficit dessa geração é o déficit da maturidade“.
Deus busca nos fazer crescer nos fazendo confrontar nossos medos e desafios. Ele quer nos fazer crescer:
“Uma das maneiras de Deus confrontar os nossos alicerces é através das tempestades da vida. A nossa vida é pontuada por tempestades. Por isso é importante levantar essas questões. O que você aprendeu na última tempestade que você passou? Você conseguiu crescer e superar ou você precisará passar por uma nova tempestade. Deus não está no negócio de nos fazer felizes! Ele está no negócio de nos fazer crescer!“
Existem cinco fases de indicação da maturidade: a infantil, a da criança, a fase adulta, a paternidade e a do ancião. Cada fase tem suas tarefas próprias de superação que trazem consequências quando não são cumpridas:
Os problemas resultantes quando essas tarefas não são cumpridas ou superadas, na fase infantil, são relações fracas e tempestuosas. Na fase da criança, a pessoa não consegue assumir responsabilidades sobre si. Na fase adulta, a pessoa não desenvolve capacidade para construir relacionamentos mutuamente satisfatórios. Na fase da paternidade, vocês vão ver relacionamentos familiares distantes ou conflituosos. E na fase do ancianato, você vai ver um declínio geral da maturidade da comunidade.
Coty mostrou que para a construção da maturidade há a necessidade de recuperação de traumas e desenvolvimento da sensação de pertencimento:
Dois fatores básicos para a maturidade: primeiro é a recuperação de traumas e o segundo é a sensação de pertencer. Na recuperação de traumas, o seu passado está a sua frente e não atrás de você. (…) O seu passado está completo porque você viveu ele. O seu futuro ainda não aconteceu porque você ainda não viveu ele. Quando seu passado está na sua frente, você deve enfrentar ele. Devemos desenvolver e superar (…) os traumas que impedem a capacidade de desenvolver e crescer. E a questão de pertencer é que você deve estar inserido em uma comunidade saudável. É ter comunhão. Quando como somos feridos nos relacionamentos, só somos curados nos relacionando.
O pastor então apresentou as questões que tangenciam o processo de recuperação. Nesse processo, um dos pontos principais é o enfrentamento das mentiras que nos prendem a um estilo de vida que nos prejudica e que não nos permite amadurecer:
“Eu quero tratar nessa questão da recuperação (…) a busca de você ter de volta um espaço que você perdeu. E nisso há cinco questões: 1. Você está enfrentando sua dor e com isso crescendo? 2. Que tipo de traumas você sofreu? 3. Quais emoções você prendeu? 4. Que mentiras estão impedindo sua recuperação? 5. E como está sua satisfação com sua recuperação?“
O primeiro ponto exige a decisão de enfrentar a dor e crescer
Muitas vezes somos forçados a enfrentar a dor e crescer. Temos que enfrentar nossas tempestades com conhecimento da palavra e buscando nos alinhar ao propósito que Deus tem para nós.
Quanto aos tipos de traumas, podemos dividir em três tipos:
O tipo A, com a ausência das coisas boas que necessitamos. O tipo B, com a presença de coisas nocivas. E o tipo C, onde há comportamentos que imprimem grande poder de culpa.
A terceira questão que temos que trabalhar é quais as emoções que nos deixam presos
Qual sistema mental está aprisionado em suas memórias. Muitas vezes esse sistema mental gera emoções aprisionantes, como um filho que presenciou sua mãe sendo assassinada, ou um pai que presenciou a morte do seu filho. (…) Nisso, muitos mecanismos podem ser acionados, podem resultar em comportamentos compulsivos, amnésia, surtos de esquecimento, psicose. (…) Temos que passar por esse enfrentamento.
O quarto ponto é quais mentiras podem estar impedindo a sua recuperação
Os eventos traumáticos quase sempre deixam dois legados destrutivos: a ferida e a mentira. Ambos causam sofrimentos que devem ser tratados. Um trauma que causa uma dor prolongada pode estabelecer uma mentira que aquela dor nunca vai melhorar. (…) Nisso reside esse princípio de uma prisão, de uma fortaleza em sua mente. Crenças que conspiram contra a presença do Reino de Deus. Para lidar contra essas prisões do pensamento, você precisa lidar com essa ferida, com essa mentira. (…) Quais são as mentiras que estão impedindo a sua recuperação? Toda profecia tem que ser julgada. Nós temos que submeter essas mentiras ao crivo da revelação de Deus para nossas vidas!
Em relação à satisfação com a recuperação, Coty apresentou um modelo progressivo para entender nosso nível de contentamento com o que conseguimos. Ele comentou desde a situação em que podemos estar insatisfeitos com esse processo e abordou os riscos de nos tornarmos arrogantes na vitória:
A quinta questão é como está a sua satisfação com a sua recuperação
É importante fazer essa avaliação. Se você percebe que sua satisfação é baixa, caracterizada pelas mordaças emocionais, onde você não consegue falar disso, está escondendo isso às sete chaves, às vezes fazendo votos secretos em que você não vai falar isso para ninguém, você tem que abrir isso. Precisa falar em um grupo de apoio.
Procurar ajuda
Se a sua satisfação está abaixo da média, se você já enfrentou a dor, mas incide em comportamentos reprováveis, você precisa de acompanhamento e proteção. Deus tem um Elias para você. Para cada Ló que havia em Sodoma, havia um Abraão e dois anjos.
A ajuda está do seu lado
Se a sua satisfação é média, ou seja, se já se vê capaz de manter a vitória, mas ainda vacila, você precisa de uma decisão radical. (…) Toma uma decisão e diga que ainda que você tenha que suar sangue, você vai manter a sua vitória. Você vai ver que é fácil vencer o pecado. Agora, se a sua satisfação é acima da média, assuma a vigilância. E se é elevada, você precisa manter a humildade, pois a queda quase sempre é precedida pela arrogância.
O passo seguinte do processo de amadurecimento, depois de vencer as mentiras atrapalhavam a recuperação, é a inclusão na igreja, na comunidade e na família:
É uma batalha você pertencer. A igreja pode não ser perfeita, mas é aí que temos a oportunidade de ministrar e fazer você crescer. Quais questões que devem ser trabalhadas? Se pergunte: o que influencia mais os seus relacionamentos, a alegria ou o medo? Existe nos seus relacionamentos o dar e receber?
Você se preocupa mais em dar do que receber?
Geralmente, a pessoa traumatizada vem até a igreja com um comportamento mais de receber. E isso começa a conspirar contra a sua recuperação. O maior milagre não é receber: o maior milagre é dar. Depois, se pergunte se você tem uma família que te conhece. É importante lembrar das pessoas a quem você deve gratidão. Exercite a gratidão! Viva um estilo de vida de gratidão e você vai mergulhar na suficiência do pai.
No processo de inserção em uma comunidade, em uma família, e até na igreja, Coty lembrou que é importante ter alguns cuidados. Não se vitimizar, não manipular a aceitação das pessoas e não transferir as nossas responsabilidades morais e emocionais para os outros:
Então é importante ter alguns cuidados. O primeiro é não se fazer de vítima. A cultura do Reino de Deus não é se vitimizar: é se responsabilizar. Outro cuidado: não manipule a aceitação das pessoas. A grande chave da vida não é você ser amado: é você amar desinteressadamente. (…) Essa é a receita de uma vida realizada.
E é um conceito mais avançado do que o conceito de felicidade, porque a felicidade é transitória. Mas se você tem um estilo de vida de amar a Deus e amar o seu próximo, você vai se sentir realizado. E, também, não transfira as suas responsabilidades morais e emocionais para os outros. Essa é a mentalidade marxista: a transferência da decisão do povo para o governo.
Assuma a responsabilidade
A ministração terminou com a apresentação de um método para medir a maturidade. Devemos buscar a manifestação de alguns sinais para medir o grau de maturidade que atingimos:
E qual é o termômetro da maturidade? Em primeiro lugar é a gratidão: é o mais evidente sinal de maturidade. Que envolve perdoar e reconhecer o bem que recebemos. Depois, é a inclusão. A convivência sadia com as diferenças. Também, toda pessoa que é madura aprendeu o temor de Deus. Temor de Deus não é ter medo de Deus, mas ter uma desenvoltura moral de amar o que Deus ama e aborrecer o que a Ele aborrece.
Uma pessoa madura também tem domínio próprio. Ela estabelece limites para seus desejos e sentimentos. (…) Também toda pessoa madura é proativa. (…) A pessoa proativa age prudentemente, amortece os golpes recebidos e age em virtude dos valores e das verdades que você agrega. A pessoa madura é uma pessoa coerente que não exige dos outros o que não exige de si mesma. Quando Jesus fala sobre santidade, ele falava que se santificava a si mesmo para nós fôssemos santificadas.
por Henrique Guilherme/CNConteúdo
Que abordagem linda sobre o casamento, profundamente simples e altamente esclarecedor e.porque não dizer transformador esse assunto . Um descortinar para nossa verdadeira e principal missão : Cuidar da nossa família!! Crescer , amadurecer só é possível em Deus a partir de um posicionamento pessoal, individual é uma escolha e esse processo se dar no seio familiar com o casamento devidamente estabelecido e fundamentado em princípios bíblicos.