A primeira reflexão feita foi acerca de liberdade: para que serve o Estado?
O Dr. Jean Regina explicitou que o Estado é uma conjuntura de forças que deveria servir ao corpo político. A percepção do Estado precisa estar firmada na perspectiva da soberania legal.
A crise da atual concepção do Estado começa quando um grupo de teóricos começou a redefinir a soberania no Sec. XVIII, a partir da perspectiva de Jean Jacques Rousseau.
Na idéia de Rousseau, o ser humano expressa uma natureza caída, e precisamos de controle de uns pelos outros, para limitar o mal e de certa forma promover o bem. O Estado é uma das esferas de controle da sociedade, mas na cosmovisão bíblica não é a única instância. Temos uma Constituição híbrida, que hoje possibilita uma interferência indevida e excessiva, posto a crise do “rule of law”, ou seja, do Estado de Direito.
Todavia, dentro do cenário globalista, onde os príncipes apontam para uma crise mundial, como pensar com esperança no futuro?
O Apóstolo Henrique Schmidtt nos trouxe em resposta, uma visão otimista de mundo, que além de apontar para um crescimento do Reino até que ele venha, nos mostra uma perspectiva do que cremos e não do que vemos.
Segundo essa abordagem, a visão escapista e dispensacionalista, que aconteceu a partir do século XVIII, e sua difusão, gerou uma interpretação que ignora o ciclo profético já ocorrido em 70 d.C. Dessa forma, a perspectiva escatológica dispensacionalista nos levaria a ficar paralisados e não nos posicionar.
Como podemos, pois, contextualizar a situação atual (pós-pandemia e eleições), a partir dessa nova perspectiva escatológica ?
Nesse escopo, o Dr. Jean Regina e Ap. Henrique Schmidtt afirmaram que a igreja é um lugar de discutir todas as esferas da sociedade. Em uma visão limitada, o dualismo estoico de Agostinho nos impactou e muitos de nós ainda não perceberam que estamos vivendo a restauração de todas as coisas.
Lutero conseguiu romper com o dualismo platônico ao pregar sobre o caminho da santidade. Vivemos, em Cristo, o já e o ainda não. Temos a natureza celestial e humana.
O apocalipse aponta para uma nova era, e não para o fim de todas as eras. Nessa perspectiva, não existe “arrebatamento secreto” e escatologicamente é o “Dia do Senhor” é o dia da ressurreição.
A escatologia é uma chave para interpretar as escrituras e uma chave para interpretar a atual perspectiva do mundo. A escatologia distorcida nos deixa inertes e presos em realidades que não são biblicamente verdades. A igreja tem um papel ativo e real nessa geração, nesse momento e nesse local. Temos o papel de vigiar, de respeitar o legado de liberdade que recebemos, bem como nos posicionarmos.
Sem fé no futuro não existe energia no presente! O medo não é o condão das escrituras. Precisamos crer em uma conquista em Cristo do conhecimento, de aprendermos a mente de Cristo.
Ensinamos as pessoas a ir para o céu, mas esquecemos de ensiná-los a conquistar a terra. É necessário um avivamento de conhecimento do Senhor.
A visão progressista, a atual perspectiva política é um cenário de submissão ao medo, entregando a nossa liberdade.
Somos movidos pelo amor, o amor lança fora todo o medo. O Progressismo apregoa a perspectiva de falta de liberdade religiosa, trabalha com o Estado de medo e perda da liberdade individual.
Nossa geração nasceu em um escopo dispensacionalista, que não está firmada no conservadorismo bíblico e contínuo.
Esse é o tempo de um avivamento de conhecimento no corpo de Cristo!
por Ana Seligman/CNConteúdo