Kris Vallotton abriu as ministrações da tarde no penúltimo dia da Escola de Profetas, trazendo uma mensagem poderosa sobre a autoridade de Deus no Céu e na Terra e como pessoas proféticas trasnformam Nações. Ele destacou que essa autoridade é contínua a nós com uma missão clara: fazer discípulos, um decreto estabelecido desde os tempos de Abraão. A ideia de ser pai e mães de nações nasce nesse contexto e é reafirmada por Jesus ao declarar que toda autoridade foi dada no céu e na terra, inaugurando um chamado que ecoa até hoje.
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” Mateus 28:19
O Jardim e a Autoridade
Voltando à história de Adão e Eva, Deus os criou com um propósito claro: multiplicar e povoar a Terra. Além disso, conferiu autoridade a ambos sobre toda a criação. Em Gênesis, vemos que Deus plantou duas árvores no Jardim do Éden: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Isso nos leva à reflexão de que Deus criou o bem e o mal.
Quando a serpente questionou Eva sobre o comer do fruto proibido, ela apresentou um argumento astuto: “Comam, e vocês serão como Deus”. O diabo estava dizendo que se eles quisessem ser como Deus, eles precisavam performar como Deus. Porém a autoridade foi dada ao homem antes desse episódio. Seres humanos já eram a imagem e semelhança de Deus e eles não precisavam performar pela sua identidade.
Quando tentamos construir nossa identidade a partir de esforços ou performances, em vez de vivermos conforme Deus nos criou, caímos no engano da religião.
Ao comerem do fruto, Adão e Eva não apenas desobedeceram a Deus, mas alteraram a dinâmica original estabelecida por Ele. Performaram em suas identidades e mudaram quem era o mestre deles, e daquele dia em diante o mundo se colocou debaixo da autoridade do diabo.
E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Lucas 4: 6 – 7.
Em Lucas 4, o diabo tenta negociar com Jesus, oferecendo os reinos da Terra. Ele alegou ter recebido essa autoridade de Adão e Eva, que havia entregue o domínio dado por Deus ao cederem à tentação. Contudo, Jesus, como Filho de Deus, era o legítimo dono de tudo e possuía toda a autoridade. Para restaurar essa autoridade ao ser humano, Jesus veio ao mundo como homem. Sendo plenamente Deus e plenamente homem, Ele abriu o caminho para que nos tornássemos filhos de Deus.
É importante entender que o diabo não possui autoridade, apenas poder. A autoridade que ele exerce é cedida por nós sempre que agimos em desacordo com os princípios de Deus. Quando alimentamos medo, amargura ou qualquer atitude negativa ao Espírito, estamos empoderando aquele que já foi desarmado na cruz. O medo, por exemplo, é uma forma de fé — mas uma fé no reino errado.
Quando depositamos nossa fé em Deus, experimentamos os frutos do Espírito Santo, que são as evidências de um relacionamento genuíno com Ele. Frutos diferentes desses indicam que estamos colocando nossa fé no reino contrário. Quanto mais cedemos à influência do inimigo, mais negatividade experimentamos em nossa vida. Deus nos deu a capacidade de crer, e cabe a nós decidir onde colocaremos nossa fé.
Por isso, voltando ao propósito inicial: Deus nos chama não apenas a nações para conquistá-las, mas a fazer discípulos de todas elas, levando adiante a Sua autoridade e o Seu Reino.
Discipulando Nações
A palavra “apóstolo” vem do grego e significa “enviado”. Ou seja, ser enviado de um lugar para outro, a fim de reproduzir o modelo do lugar ao qual se saiu.
Jesus usou esse termo secular para nomear seus discípulos, conectando a ideia de envio com um propósito. Ele também lhes deu uma oração poderosa: “Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu” – Mateus 6:10.
Estamos assentados nas regiões celestiais com Cristo, e nossa missão é manifestar essa realidade aqui, até que os reinos deste mundo se tornem os reinos de Deus, cumprindo o propósito do Reino. Por isso a oração do Pai Nosso, para que o Céu se manifeste na Terra.
Apóstolos são transformadores de cultura, reproduzindo o modelo do Reino de Deus na Terra. Essa é a essência do apostolado: mudar realidades e influências ambientes. Você pode ser profético, mas se não está transformando a cultura, não está sendo apostólico.
Fazer crescer grandes igrejas não significa necessariamente transformar a cultura. Jesus nos chamou para ser luz do mundo, como uma cidade sobre o monte que não pode ser escondida, como uma lâmpada colocada em um lugar alto para iluminar. Se escondemos a Igreja, o mundo piora. A igreja deve brilhar, ocupando os locais de maior visibilidade, sendo um farol que atrai as nações.
As trevas cobrem a Terra, mas é justamente onde a luz deve brilhar. Jesus envia Sua luz para dissipar a escuridão. As nações são atraídas pela luz da Igreja, pela glória que resplandece sobre ela. Os reis estão vindo porque eles estão em trevas, pois o Senhor está se levando sobre nós para evidenciar a sua glória.
Nascemos para brilhar em meio às trevas. A palavra nos diz: “Levante-se e brilhe, pois a sua luz chegou”. Nossa fonte é Jesus, e fomos criados para habitar na luz e refletir essa luz. Quando reclamamos da escuridão do mundo, estamos, na verdade, entregando autoridade ao diabo. Se o mundo está mal, é um reflexo da nossa falta de brilho como igreja. A transformação começa com a nossa responsabilidade.
O quanto do Reino de Deus conseguimos trazer para a terra?
Desde os tempos antigos, os cristãos estiveram à frente, dominando e inaugurando avanços em diversas áreas. No entanto, na era da tecnologia e da informação, vemos ateístas e outros grupos assumindo esse papel. Isso aconteceu porque, por muito tempo, a igreja esteve focada apenas no céu, aguardando o arrebatamento, e deixou de olhar para o futuro e de ocupar os seus montes.
Agora é o momento de a igreja voltar a olhar para frente, retomando seu papel de influência e expansão do Reino de Deus na Terra.
O que pensamos a respeito do fim, determina o quão bem faremos as coisas hoje!
O que pensamos sobre o fim determina como nos comportaremos durante o processo. Uma escatologia equivocada tem levado muito a viverem de forma desalinhada com o propósito eterno. Precisamos ser um povo que vive com a expectativa de que Jesus possa voltar a qualquer momento, mas que trabalhe com dedicação e visão, como se Ele fosse demorar mil anos para voltar.
Somos chamados a construir legados e viver por gerações que talvez nunca veremos. O que fazemos hoje não apenas impacta o presente, mas ecoa na eternidade.
Uma das missões da igreja é resgatar pessoas cuja visão de vida é limitada e mostrar a elas a perspectiva de Deus. Sem uma visão clara, caminhamos sem rumo, apenas fugindo da dor ou sobrevivendo. A Bíblia nos ensina: “Bem-aventurados os que andam sob a lei” – Salmos 119:1. Nesse contexto, a “lei” não se refere às regras, mas à visão. Ter uma visão nos dá direção, nos faz imaginar o destino e nos motiva a chegar no alvo.
A visão entrega a dor um propósito.
Quando perdemos a visão, nossa vida se resume a fugir da dor e buscar prazer, sem propósito não vemos sentido no processo.
Profetas e pessoas proféticas têm o poder de transformar realidades, são os que liberam visões, sonhos, direcionamento e encorajam. Profetas transformam a dor em propósito. O propósito dá origem à visão, a visão alimenta a esperança, a esperança fortalece a fé, e a fé tem o poder de mudar o mundo.
Quando afirmamos que não há futuro, roubamos a esperança. Por isso, existe uma Escola de Profetas: para restaurar a visão e equipar as pessoas a mudar o mundo. A missão é formar pais e mães espirituais, líderes que criarão uma nova geração de profetas. Esses profetas serão como “cavalos de Troia”, entrando nos sistemas deste mundo para levar a cultura do Reino.
Daniel é um exemplo poderoso disso. Ele estudou a história, a língua e a cultura da Babilônia, e, com a sabedoria de Deus, tornou-se dez vezes mais sábio do que todas as sabedorias daquele reino. Mais do que isso, ele usou sua influência para posicionar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que confrontaram e transformaram a cultura da Babilônia e da Pérsia.
Agora, reflita: o que você faria se Deus o colocasse em um lugar de trevas? Lembre-se, você pode parecer alguém comum, mas carrega o Reino de Deus.
Fomos criados para a batalha de transformar a cultura. Nossa missão é levar a luz para os lugares mais sombrios e manifestar o Reino de Deus onde ele ainda não chegou. É hora de assumir esse chamado e fazer a diferença!Parte superior do formulário
Transição para uma nova estação – Bethany Hicks
Bethany Hicks encerrou as ministrações da tarde no penúltimo dia da Escola de Profetas, trazendo uma mensagem poderosa sobre como caminhar a partir do passo da graça, alinhado com o tempo e estação.
Jesus nos convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Mateus 11:28
Quando nos ausentamos do compasso de Jesus e assumimos tarefas sem a graça necessária, eventualmente caímos na exaustão e na frustração. A verdadeira chave para caminhar no passo da graça é discernir o tempo e a estação em que estamos vivendo. Cada um de nós tem um ritmo próprio, alinhado com a missão e o propósito que Deus.
Por isso, não podemos comparar com outros. A comparação é uma armadilha que gera descontentamento, pois nos faz ignorar que cada pessoa está em uma jornada e um tempo único.
Tudo na vida tem seus tempos e estações. É por isso que, às vezes, um breve momento parece durar uma eternidade, enquanto um longo período passa em um piscar de olhos. A maioria dos tempos e estações tem um prazo de validade, e as estações, muitas vezes, determinam o tempo de realização de nossas tarefas. Compreender a estação profética em que estamos é essencial para sermos eficazes e caminharmos no ritmo da graça que Deus nos convida a viver.
Os profetas têm o papel de realinhar o corpo de Cristo, direcionando-nos para onde devemos estar. Como pessoas proféticas que discernem os tempos e estações, podemos não apenas colher benefícios pessoais, mas também edificar e fortalecer o corpo de Cristo.
Benefícios de conhecer tempos e estações:
Quando entendemos nossa situação atual aumentamos nossa efetividade.
Os filhos de Issacar compreendiam os tempos e estações, o que lhes permitia saber a coisa certa a fazer no tempo certo, tornando-se mais eficazes. Eles tinham discernimento para priorizar que tarefas e ações vinham primeiro, sabendo a que dizer “sim” e a que dizer “não”. Quando entendemos os tempos e estações, investimos nossos recursos e esforços no que faz sentido para aquele momento específico.
Agir fora do tempo designado pela graça pode nos desviar do nosso propósito. Obrigações impostas e um falso senso de culpa são armadilhas que matam o ritmo da graça em nossas vidas. Essa é uma estratégia de Satanás: introduzir tarefas e responsabilidades fora da nossa estação para que percamos tempo e deixemos de agir conforme a vontade de Deus.
Pergunte ao Senhor: existem tarefas ou responsabilidades que não fazem parte da minha estação atual?
Jesus nunca se movia pela necessidade ou pela pressão externa, mas sempre pelo ritmo da graça. Ele é o nosso exemplo de como viver alinhados com os tempos e estações estabelecidos por Deus.
Entender tempos e estações potencializar para crescimento futuro.
Em Apocalipse 21:5, Jesus diz: “Estou fazendo novas todas as coisas!” Mas há uma condição essencial: esquecer o que ficou para trás. Aprender a transitar corretamente entre estações nos permite deixar de simplesmente fazer bem o que já conhecemos e nos preparar para o que está por vir.
Paulo compartilhou esse segredo em Filipenses 3:13:
Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante,
O apóstolo esquecia o que ficava para trás e prosseguia para o alvo. Ele não vivia preso às estações passadas, porque isso paralisa o futuro. Correr olhando para trás nos faz tropeçar e cair.
Se uma estação passou, a graça para ela também já se foi. Muitas vezes, hesitamos em avançar porque sabemos quem somos na estação atual, mas tememos o desconhecido da próxima. No entanto, Deus já sabe quem seremos no futuro e nos guia com propósito.
Não recebemos novas tarefas enquanto não abrimos mãos das antigas. Profetas têm a capacidade de discernir e revelar os tempos e estações, ajudando outros a se realinharem com o propósito de Deus e transitarem de estações. E mesmo o que vivemos em tempos passados pode ser usado por Deus para nos preparar para algo novo.
Nossa posição atual, ou até mesmo a ausência de uma posição, não define nosso valor. Deus, como um bom mordomo, nos posiciona no lugar certo, na hora certa. Ele vê o que ninguém vê e sabe nos exaltar no tempo devido.
Por isso, precisamos nos alinhar à estação em que estamos, discernir onde está a graça e caminhar com descanso, sem desgaste. Muitos já soltaram a estação passada, mas ainda não abraçaram a nova, ficando presos no meio do caminho. A fé é agir mesmo sem enxergar claramente para onde estamos indo, confiando que Deus está no controle.
Existem sementes daquilo que está por vir, sinais do novo que Deus quer fazer. Ele coloca pessoas e conexões divinas em nossas vidas, muitas vezes em forma de pequenas sementes. Ainda que pareçam insignificantes agora, como um grande carvalho, elas crescerão. Jesus deseja entrar em parceria conosco para fazer o novo florescer!
Refrigério
Correr no ritmo da graça que nos foi dada nos conduz ao refrigério. Jesus oferece descanso àqueles que se achegam a Ele. Quando realizamos as tarefas no tempo e na estação certa, operamos sob a graça de Deus, que nos revigora, energiza e nos enche de alegria. Estar alinhados com o que vem de Deus nos traz leveza, pois a graça é como combustível para nossas vidas.
Por outro lado, o que fazemos fora da graça é o que nos cansa e nos sobrecarrega. Quando compreendemos nossa estação, a pressão é retirada, e podemos caminhar com clareza para onde Deus deseja nos guiar.
Precisamos discernir e agir com graça, mantendo atitudes corretas dentro do nosso tempo e estação. Sempre haverá graça suficiente para o lugar onde o Senhor nos posicionou. Nem toda tarefa é para nós! É o chamado de Deus que determina se algo nos pertence ou não. Quando assumimos responsabilidades que foram designadas a outros, interferimos na graça que Deus reservou para essas pessoas. Deus nunca se atrasa, Ele sempre chega na hora.
Corramos para o tempo e a graça com ousadia!
Por: Aline R. Santos / CN Conteúdo