- Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
- Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.
- Tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
- Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
- Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
- Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
- Tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
- Tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
- Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga?
- Vi o trabalho que Deus impôs aos filhos dos homens, para com ele os afligir.
- Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim. Eclesiastes 3:1-11
O Bispo Fabrício Miguel iniciou sua ministração na CG2023 com uma fala sobre a natureza efêmera da vida sem Deus, o principal tema do livro de Eclesiastes.
O ser humano não compreende completamente a natureza e o tempo de Deus. Nosso Criador é bom o tempo todo. Podemos lembrar de tudo o que Deus tem feito, de Sua bondade e fidelidade.
Você está em um lugar profético, e nestes dias, Deus está liberando palavras proféticas específicas.
Fabricio Miguel
Provérbios e Eclesiastes identificam os princípios regentes da vida e expressam a sabedoria de Salomão. Provérbios é escrito em um momento de avivamento interior. Já Eclesiastes é escrito em um período de recuperação moral após o envolvimento do Rei Salomão com deuses estranhos; nessa perspectiva, vemos que, não obstante os erros e intempéries da vida e de suas escolhas, Deus esteve sempre presente.
Provérbios fala da sabedoria de uma vida abundante. Eclesiastes denuncia que tudo é vaidade. As reflexões do final do livro de Eclesiastes apontam para um certo desencanto, que devemos interpretar pelas lentes da Graça.
Precisamos entender que há uma chave hermenêutica para ler Eclesiastes: O primeiro ponto é o entendimento de que a vida é uma atribuição temporária; isso não deveria nos assustar, mas gerar profundo temor e compreensão dos desígnios de Deus. Precisamos viver um princípio elencado no livro de Eclesiastes com genuína revelação: Deus sempre é capaz de nos conduzir a recomeços, segundo o Seu Espírito.
Podemos nascer e renascer do Espírito muitas vezes. Vejamos Nicodemos e o ensinamento de Jesus. Há, na vida de um cristão, inúmeros reinícios, reconfigurações, renascimentos.
1 João capítulo 5, versículo 4 nos diz que podemos nascer de Deus para uma plenitude de fé. Podemos renascer para o amor. Aquele que é nascido de Deus conhece o amor, pois conhece a Deus.
Quando você recebe uma palavra profética, com todo o seu coração e entendimento, no útero de Deus você pode renascer para um chamado, para um alinhamento.
Fabricio Miguel
Pense nos judeus que nasceram na Babilônia: eles não tinham o DNA do povo de Deus, seus costumes ou práticas. Pense em Raabe, que era uma mulher Cananéia: ela não era, no início de sua caminhada, temente a Deus. Pense nos inúmeros personagens bíblicos que tiveram suas vidas alcançadas por uma genuína mudança e renascimento.
O Salmos 84, em seu capítulo 5, fala sobre essa condição, de um povo “estrangeiro que passa a ser reconhecido pelo nome do Senhor: “De fato acerca de Sião se dirá: estes nasceram em Sião”. Não importa sua origem. De um decreto de Deus, você pode renascer da Água e do Espírito.
E não importa a personalidade, a história, a linhagem, o local de nascimento. Isso fala de mudanças acerca da origem de alguém, pois em Deus, tudo se faz novo.
Vemos no texto de 1 João capítulo 5, versículo 18 que, aquele que renasce em Deus, conserva-se a si mesmo. Essa frase aponta para a correta percepção que um filho de Deus deve ter de si mesmo. Quem não olha para si como obra completa e se entende em processo, em constante aperfeiçoamento, dificilmente compreenderá a bondade do Senhor. Por isso, por estarmos sendo aperfeiçoados de Glória em Glória, a obra de Deus é inegociável.
No útero dos desafios nasce um novo você. No tempo adequado de Deus, tudo é amadurecido e transformado.
Fabricio Miguel
O conceito da semeadura é um fundamento da existência humana. Em Gênesis 8, vê-se que enquanto houver terra, haverá plantio e colheita. Quando pensamos em colheita, acreditamos que isso seja um tempo fácil. Em verdade, quando estamos para colher, ficamos em alerta para que o fruto não se perca. É o tempo de se esforçar e pôr toda a sua energia em receber a recompensa pelo plantio feito.
Há 4 festas ao redor da colheita em Israel. É a maneira de Deus nos alertar que precisamos de alegria e força para colher. A colheita não é fácil, mas em Deus é extraordinária.
O Salmos 126, em seu versículo 5, fala que os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Portanto, ainda que precisando de força, devemos declarar: “Eu vou colher tudo que está disponível para mim nessa estação”. No livro do profeta Joel, temos que devemos transformar as vossas foices em lanças. Isso fala da necessidade de esforço contínuo para a colheita. Semeadura é algo constante, contínuo. O tempo da colheita é singular. Requer novas armas. É o tempo em que precisamos de disposição e novas percepções. Não podemos perder a energia, porque no meio da colheita de trigo há joio.
Eclesiastes, capítulo 11, verso 4, também nos alerta a não nos distrairmos durante o tempo de colheita e, principalmente, não olhar para as circunstâncias: quem olha para as nuvens nunca colherá, diz o texto.
Marcos capítulo 11, versículo 26, nos traz Jesus falando sobre uma aceleração de colheita. Sobre pensarmos que demorará para a sega, e Deus nos mostrar os campos brancos para a ceifa.
Estamos vivendo um tempo de colheita e semeadura concomitante, no qual, conforme o texto de Amós 9, vivemos um tempo em que a colheita alcançará a semeadura.
Há tempo de matar e tempo de curar. Há tempo de edificar e derrubar. Existem verdades pelas quais vale a pena viver.
Ainda sobre a qualidade da colheita, o texto de Juízes 20:25 nos relata uma história na qual mil homens da tribo de Benjamin morrem, pois eles haviam realizado um mal inegociável. Há tempo de se posicionar e tempo de curar, e discernimos isso através de valores eternos.
Quando Salomão toma posse, ele mata muitas pessoas, como por exemplo Adonias, que lhe era um opositor. Há um tempo de matar, de derrubar. E existe um peso em não derrubar aquilo que Deus mandou derrubar. Para qual inimigo Deus vai mover a sua indignação?
Deus está perguntando o que você é contra? O que nascemos para opor, como Jeremias? Que princípios devemos defender, e quais devemos expelir de nosso meio como “luz do mundo”, como igreja?
Há tempo de chorar e tempo de rir. Os estados emocionais precisam ser vividos. Seja verdadeiro, sem máscaras. Cuidado com estados emocionais permanentes. Para viver o que Deus promete, temos que ser íntegros.
Há tempo para a solitude, e isso fala sobre reordenar as nossas emoções. O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? Essa é a reflexão em Eclesiastes.
Por que você faz o que você faz? Aquilo que não tem significado se torna fardo espiritual e emocional.
Quando não temos os nossos porquês, precisamos reavaliar a vida por completo. “Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade, e fez tudo apropriado para o seu tempo”, diz o texto lido em Eclesiastes 3. Entender nossas motivações eternas nos dá senso de propósito.
Há pessoas apropriadas para cada estação. Deus nos colocou apropriados ao nosso tempo. Nosso alvo é viver em alguém para sempre. Isso é o que dá sentido à vida. Por isso, a cultura de não ter filhos ofende a Deus, sendo egoísta e não deixando legado. Para continuarmos vivendo, deixamos sementes nas gerações.
Nascemos para ser o reflexo da sabedoria de Deus, impactando gerações e colhendo segundo a vontade do Pai!
por Ana Seligmann/CNConteúdo